TSE pede investigação de facções e milícias infiltradas na política no Maranhão
No Maranhão, é observado o fato de agiotas que financiam as eleições com dinheiro que viria do PCC
O
Tribunal Superior Eleitoral pediu que a Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) e a Polícia Federal apurem a influência de facções
criminosas e milícias em disputas políticas.
Segundo reportagem
publicada neste domingo (7) pelo jornal O Globo, um relatório da corte
aponta participação do crime organizado em 19 zonas eleitorais de sete
cidades do Rio de Janeiro durante a campanha de 2016, com suspeita de
extensão por estados como São Paulo, Amazonas e Maranhão.
O
presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, afirma que a situação de
domínio do crime organizado em territórios compromete a liberdade do
eleitor e impede campanhas livres.
Em entrevista ao jornal O
Globo, Mendes critica o fato de o Supremo Tribunal Federal ter acabado
com o financiamento empresarial “descolado do sistema eleitoral”. O
ideal, segundo ele, era que a corte tivesse ajustado o sistema, porque
poderia ter adequado melhor a questão da arrecadação de recursos
eleitorais.
Ele também elogiou a aprovação do fundo público de
campanha, recém-sancionado pelo presidente Michel Temer (PMDB),
avaliando que se trata de um “elemento institucional” nas eleições. Para
ele, porém, a iniciativa será insuficiente, pois candidatos seguirão
dependendo de doações de pessoas físicas.
Isso porque quase metade
das 730 mil doações feitas em 2016 apresentaram problema com Receita
Federal, sobretudo de capacidade financeira. “É o que eu chamo de caça
ao CPF, e isso pode alimentar o laranjal. É aí que entra o crime
organizado”, diz Gilmar.
“No Rio, temos o problema do tráfico, das
milícias, que é notório. Para colocarmos urnas nas favelas precisamos
de blindados da Marinha. Portanto, a liberdade do voto está fortemente
ameaçada. Em São Paulo, já se fala que o PCC elegeu vereadores na Câmara
da capital. No Amazonas, a calha do (rio) Solimões vem sendo utilizada
pelos traficantes e se diz que algumas prefeituras foram tomadas por
eles. No Maranhão, nós acompanhamos a situação de agiotas financiando as
eleições, com dinheiro que viria do PCC”, afirma.
fonte: Jornal Pequeno.
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