EDUCAÇÃO – Faltam livros na Codó onde mais de 38% da população não sabem ler, nem escrever
A cidade tem a
biblioteca Central Fernando de Carvalho e a Farol do Saber, ambas
públicas, mas quem já precisou delas reclama da desatualização do
acervo.
“Sempre quando chega é os mesmos
livros, não renovam de jeito nenhum, a gente pede que renovem alguns,
outros livros, novidade, a maioria dos jovens quer é novidade, quer ler,
quer ver novidades”, reclamou o estudante Mailson Reis
“VOCÊ ACHA QUE TINHA QUE RENOVAR TODO
ANO? “Acho que todo ano, todo mês também tinha que colocar computador”,
responde Eliene Castro
CIDADE SEM LIVROS
Acesso à compra de livros em Codó é
coisa difícil. Historicamente, e já são 118 anos de emancipação
política, somos uma cidade sem livraria, nem banca de revistas existe na
atualidade. Só muito recentemente um supermercado, que nunca mais
renovou o estoque, e uma loja passaram a expor alguns livros, só isso.
Esta realidade dificulta a vida de quem
precisa ler para aprender e a de quem deseja apenas se divertir,
entretendo-se com uma boa história.
Por isso quando a venda de livros usados
chega à cidade, o que não ocorre com tanta frequência, sempre tem
alguém procurando alguma coisa e são os estudantes os mais interessados.
Encontramos Valdirene da Conceição, uma
estudante de enfermagem, que enfrentou, dias antes da entrevista, o
drama que é viver longe do acesso aos livros.
“Quando quer um livro não tem
onde comprar, a pessoa tem que viajar pra fora pra comprar livros…ATÉ
PARA ESTUDANTE É COMPLICADO? É complicado, pra fazer uma prova agora de
enfermagem eu tive que ir em São Luís comprar os livros”, revelou com ar
de indignação
DESATUALIZADOS, MAS FAZER O QUÊ?
Sabendo da carência os vendedores de
usados trazem um pouco de tudo Direito, Enfermagem, História, literatura
de outros gêneros.Nem são tão atualizados assim, mas a chance de poder
ter o que ajuda disponível em casa sempre leva Gilberto Sousa, estudante
de Pedagogia, à banca montada no centro da cidade.
“A gente se planeja através do
conhecimento que a gente já tem, mas precisamos de livros para podermos
continuar…COMO É QUE É VIVER NUMA CIDADE SEM LIVRARIAS? É muito difícil,
muito difícil”, respondeu
OS ANALFABETOS
A CODÓ sem livros tem números
relacionados bem preocupantes. Acima de 15 anos de idade, segundo o
IBGE, são mais de 38% de habitantes analfabetos.
Para esta camada da população o
interesse por livros é zero, mas o restante que, pelo menos vai ou foi à
escola, tem sido desestimulado a desenvolver o hábito da leitura por
um obstáculo que até mesmo a vendedora, que vem de Teresina, Piauí,
reconhece – já deveria ter deixado de existir.
“Era uma boa coisa que tá
necessitando em Codó, O povo de CODÓ precisa estudar mais e precisa ter o
livro, ninguém estuda sem o livro, ninguém viaja sem bagagem e a
bagagem é o livro para quem quer estudar”, argumentou filosofando
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