INJUSTIÇA – Casal pobre sorteado 2 vezes só receberá casa se se divorciar
Trav. Rio Grande do Norte, 1341, bairro São Sebastião.
Este é o endereço do casal Flávia da Silva Lima e Albérico Fernandes da
Silva que vive um drama piorado com as chuvas de ontem (19) que
acabaram deixando a casinha com paredes de barro, cipó e talo de
babaçu, coberta de telha, à ponto de desabar a qualquer momento.
Os dois tentam desde o Residencial Santa Rita serem contemplados com uma casa do programa Minha Casa, Minha Vida em Codó.
O nome de Flávia foi sorteado para o
residencial Trizidela, mas lhe foi negada a entrega por conta de uma
burocracia que não se ver para outros casos.
“Ele diz que ele tem casa porque na
Caixa ele tem um empréstimo e tal, aí eles dizem que ele tem casa, mas
ele mora é aqui comigo e aí como é que faz. Toda vez que chove é desse
jeito aí”, explicou Flávia, no que complementada pelo marido.
“O empréstimo que eu fiz na Caixa foi
quando eu morava na casa do meu avÔ e aí eu acho que eles pensam que lá é
meu, não é meu, é do meu avô. Não tenho casa documentada, não tem como
provar que eu tenho casa. Moro aqui, todo mundo me conhece aqui, aí
agora é que não dá pra morar”, firmou
SEM TER PARA ONDE IR
A chuva invadiu a casa pela frente,
subiu a mais de meio metro dentro da residência e deixou todos os lados
da frágil parede de barro com buracos de um canto a outro. Não é mais
seguro ficar, mas o casal não tem para onde ir.
“Agora vamos morar aonde, debaixo da ponte. Nem debaixo da ponte não dá pra morar”, reclamou a mulher
PRA GANHAR TEM QUE SE DIVORCIAR
Flávia, já que não recebeu a casa que ganhou no Residencial da Trizidela, inscreveu-se de novo para o residencial São Pedro.
Mulher de sorte, teve o nome chamado de novo no sorteio, mas os dois já foram averiguar e receberam um NÃO novamente.
“E AGORA VOCÊS ESTÃO ACHANDO QUE VÃO
RECEBER ESSA CASA? Eu to achando difícil porque lá eles disseram que não
tem jeito”, disse o marido ao blog
Jeito só tem um, lembrou Flávia
indignada. Disseram que se ela se divorciar do marido, recebe a casa,
uma situação que beira o ridículo, absurda.
“Tá caindo, mas fazer o quê? Toda vez
que a gente vai pra lá eles dizem que não dá certo, pra dá certo eu
tenho que me divorciar do meu marido, quer dizer que pra mim ganhar uma
casa tenho que me divorciar dele, fica difícil, é uma situação difícil”,
reclamou-se a dona de casa
ENQUANTO ISSO A BAGACEIRA ROLA SOLTA
As denúncias que têm pipocado na
internet, em rádios e TVs de Codó dão conta de que o mesmo rigor não tem
sido observado noutros casos gritantes.
Há denúncias de que numa só família 6
pessoas ganharam no último sorteio. Há quem tenha ganho uma casa no
primeiro residencial (recebeu), no segundo (alugou) e já foi contemplado
novamente no São Pedro.
Gente que tem mansão e tá na lista não é
mais novidade (só incompetência do serviço de fiscalização),
apadrinhados de políticos que aparecem milagrosamente como ganhadores
também virou obra da grande sorte ( e essa gente de sorte adora entregar
o padrinho).
Estamos checando a existência de um nome
que parece ser de um secretário na lista que saiu do último sorteio
(secretário pode ganhar, não há dúvida, mas se tiver casão e até terra
na zona rural, aí eu tenho que tirar o chapéu para o Ministério Público
Federal e para quem realiza o tal sorteio).
Por fim, toda essa cachorrada pode,
menos o casal pobre e agora, de vez, sem ter onde morar receber a tão
sonhada casinha do governo por conta de um rigor que nem de longe
alcança os famosos ‘chegados’.
Durma numa festa dessa, meu amigo.
Fonte: Blogdoacelio
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