Estudo detecta bactéria em frangos vendidos em mercados de São Luís
Pesquisa encontrou contaminação por coliformes fecais e por Salmonella.
Pessoas infectadas podem apresentar diarreia, dores e febre.
65% do material coletado apresentou alto índice da bactéria Salmonella (Foto: Reprodução/IFMA)
Uma pesquisa realizada por pesquisadoras do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) do Campus Maracanã
mostra que todas as amostras de frangos abatidos artesanalmente em oito
mercados públicos da região metropolitana de São Luís estavam
contaminadas por coliformes fecais e 65% apresentaram alto índice da
bactéria Salmonella.
A estudante da Licenciatura em Ciências Agrárias, Gracielle Lopes
Almeida Sousa, coletou 80 frangos abatidos em 80 diferentes
estabelecimentos dos mercados da Cohab, Liberdade, João Paulo, Mercado
Central, Bairro de Fátima, São Francisco e Vinhais (São Luís), além dos
mercados da Vila Sarney Filho (São José de Ribamar) e Maiobão (Paço do
Lumiar). Ela escolhia os frangos que haviam sido abatidos há, no máximo,
duas horas.
O material era identificado e acondicionado em caixas térmicas,
recebendo a refrigeração adequada. Depois, a pesquisadora levava os
frangos até o Laboratório de Microbiologia do IFMA para serem
imediatamente analisados.
Os testes apontaram a presença de coliformes fecais em todas as
amostras de frango. Esse resultado, de acordo com as pesquisadoras, tem a
ver com as deficiências nas práticas de higiene durante o abate e
processamento da carne. “A presença dos coliformes totais em alimentos
crus em elevadas contagens pode indicar práticas de higiene e
sanitização aquém dos padrões requeridos para o processamento de
alimentos”, destacou a professora Daniela Aguiar Penha Brito, que é
médica veterinária e doutoranda em Ciência Animal e que acompanhou o
estudo.
Na pesquisa de Salmonella, a bactéria foi encontrada em 65% dos frangos
analisados. Isso significa que pelo menos 52 frangos, dos 80 comprados
nos mercados públicos da região metropolitana de São Luís, estavam
impróprios para o consumo. “Durante todo o processo do abate pode haver
contaminação por Salmonella, principalmente no momento de retirar as
vísceras”, frisou Gracielle.
As pessoas que são infectadas com Salmonella e por coliformes fecais
podem apresentar sintomas como diarreia, dor de barriga e febre. Os
sintomas podem aparecer em até 12 horas depois de ser ingerido o
alimento contaminado. A maioria das pessoas se recupera logo, mas quem
está com a imunidade baixa pode chegar a ser hospitalizado. A forma mais
severa da doença, quando a infecção se difunde no sangue, pode até
provocar a morte.
Se o alimento for bem cozido, essas bactérias são totalmente eliminadas
do frango. “Fica na responsabilidade do consumidor adotar as boas
práticas de manipulação, conservação e preparo do alimento”, alerta a
pesquisadora.
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