Novos medicamentos para hepatite C chegam ao SUS este ano
Uma nova terapia que aumenta as chances de cura e diminui
o tempo de tratamento aos pacientes com hepatite C estará disponível no
Sistema Único de Saúde (SUS) até dezembro deste ano. Composto pelos
medicamentos daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir, o novo tratamento vai
beneficiar cerca de 30 mil pessoas nos próximos 12 meses. O anúncio foi
feito nesta segunda-feira (27) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro,
durante solenidade que marca o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites.
Na cerimônia, foi apresentada a nova campanha publicitária de
prevenção às Hepatites Virais 2015 e o novo boletim epidemiológico da
doença. Também foi lançado o novo Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções. O ministro ressaltou que o
Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento ofertar, de forma
pública e sustentável, este tipo de tratamento.
As novas medicações vão beneficiar pacientes que não podiam receber
os tratamentos ofertados anteriormente, entre eles os portadores de
coinfecção com o HIV, cirrose descompensada, pré e pós-transplante e
pacientes com má resposta à terapia com Interferon, ou que não se
curaram com tratamento anterior. A meta é ampliar a assistência às
hepatites virais, minimizando as restrições impostas pelo tratamento
anterior. A nova terapia garante ao paciente mais conforto e qualidade.
Pacientes que venham a solicitar, ou que já estejam em tratamento com
Boceprevir e Telaprevir, não serão prejudicados, uma vez que o
fornecimento desta medicação será assegurado até o final do tratamento. O
documento também padroniza uma rotina de exames e de consultas médicas,
permitindo maior conhecimento por parte dos profissionais de saúde, do
agravo e da assistência necessária aos pacientes.
O SUS garante o acesso aos medicamentos de combate à doença para
todos os pacientes diagnosticados e com indicação de tratamento
medicamentoso. Vale ressaltar, que nem todas as pessoas que contraíram o
vírus precisam ser medicadas, sendo uma recomendação estabelecida por
protocolo e avaliação médica. Em 13 anos de assistência à doença no SUS,
foram notificados e confirmados 120 mil casos, e realizados mais de 100
mil tratamentos. Atualmente são 10 mil casos notificados ao ano.
Estima-se que a tipo C seja a responsável por 350 e 700 mil mortes por
ano no mundo. No Brasil, são registrados cerca de três mil mortes por
associadas à hepatite C. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o
Brasil registra 8.040 novos casos de câncer de fígado ao ano. A doença é
responsável de 31% a 50% dos transplantes em adultos.
Um terço da população mundial – aproximadamente dois bilhões de
pessoas – já foi exposta à hepatite B. No Brasil, estima-se que cerca de
14 milhões de pessoas (aproximadamente 7,4% da população) podem ter
sido expostos à doença. No entanto, apenas 1% não se curaram
espontaneamente, apresentando infecção crônica. Trata-se de uma doença
de poucos sintomas, e que pode passar despercebida.
A hepatite B apresenta cerca de 17 mil casos confirmados a cada ano
no Brasil. Em 2000, foram notificados 1.169 casos, já no ano de 2013 e
2014 foram notificados 17.814 e 17.940 casos respectivamente, indicando
uma estabilidade nos últimos anos. Nesses registros estão contempladas
desde infecções recentes até infecções antigas, mas que somente foram
diagnosticadas naquele ano.
Os dados mostram ainda uma expressiva queda nos casos de hepatite B
em menores de 15 anos de idade dentre todos os casos notificados. Nesta
faixa etária, constatou-se uma redução de 46,2% nos casos de hepatite B.
Em 2005, eram 594 casos e já em 2014 o número é de 320.
A vacinação contra a hepatite B nas faixas etárias abaixo de 15 anos,
que foi implementada pelo Ministério da Saúde desde 1996, tem uma
cobertura nacional acima de 97%, sendo uma das razões para os índices
menores de infecção nessas faixas etárias.
Desde o ano passado, a vacina para hepatite A é ofertada para
crianças entre 1 a 2 anos de idade incompletos. Esta estratégia tem como
objetivo proteger essas crianças antes de atingirem a idade em que a
doença é mais comum. A hepatite A é uma doença caracterizada, muitas
vezes, por diarreia e icterícia (cor amarela de pele, olhos e mucosas).
Entretanto, a doença é frequentemente assintomática e de elevada
transmissibilidade. É transmitida por alimentos, água e objetos
contaminados e, até mesmo, por contato pessoal, se não houver higiene
adequada.
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